terça-feira, 30 de setembro de 2008

O dom da feiúra



A fealdade pode ser um fardo de imensa tristeza e revolta para muitos indivíduos providos de tal característica. A maioria esmagadora da população nega a própria feiúra, maquilando-se dos pés até o alisamento da última ponta dupla, ou tripla, de seus cabelos. Existem ainda aqueles clássicos cidadãos extremamente belos que costumam rebaixar-se a uma inexistente falta de beleza na esperança de angariar alguns elogios.

Devo agora também dizer, caro leitor, que não assumirei que sou desprovido de beleza para aliciar algumas demonstrações contraditórias de amizade ou amor envolvidas de pura pena e piedade (como muitos fazem), pois realmente não preciso disso. Seria contraditório, já que vejo o lado bom da coisa!

Ter amigos, namorada e uma boa fama é incontestável e extremamente bom, entretanto, tal benevolência pode ser realçada ainda mais se você for feio. É uma questão de raciocínio e experiência própria. O amor se mostra puro, intenso e sincero na sua verdadeira forma, afinal apenas muito amor para superar esse “defeito” do ser amado.

Em outro caso, a companhia daquele seu amigo feio em âmbitos variados, mostra que você não tem vergonha nem ressentimento de perder uma boa garota, que não irá se aproximar de vocês devido à relutância de uma amiga que a esteja acompanhando em ter de suportar a deslealdade com a beleza do seu amigo. Isso exaltará e fortalecerá a amizade.

Muitas pessoas têm aversão a esse inestimável dom, sim, porque, na verdade, a fealdade é um dom divino de muito mais valor que a beleza de Narciso, e as aversões tornam-se injustificáveis. Mesmo assim, elas existem. Nessas condições, ser considerado, ser querido e ser aclamado pela sociedade também mostra que o feio é realmente um “cara” de incomensurável estima e de fato todos gostam dele.


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