terça-feira, 30 de setembro de 2008

Ah... carnaval!



Ah, carnaval! Mata, engorda e faz mal. Você ainda tem alguma dúvida?! Liga a televisão! Acabo de testemunhar uma reportagem sobre a morte de duas garotas que foram atropeladas por um trio elétrico. Sim, atropeladas por um trio elétrico. Atropeladas. Por um trio elétrico. Após ler isso colega, você está se sentindo bem? Não é coincidência, eu também não estou.

Depois dessa, nem preciso lembrar dos homicídios nas estradas do Brasil inteiro. Isso mesmo, homicídios culposos que já viraram clássicos de um terror embriagado que está em cartaz todo ano. Está anunciado. Todos sabem que vai acontecer. Mas como eu comentei antes, não é necessário resgatar o tópico, vão falar sobre isso na sua T.V. em breve. Ou será que já estão falando? Dá uma olhada.

Você deve estar se perguntando, “Realmente mata e faz mal... mas engorda?”. Sim. E a maior prova disso é essa cerveja que me encara timidamente, com ares de culpada. “A culpa é sua mesmo!”, eu digo. Jogo a culpa toda nela. Mas ela é muito esperta e me responde categoricamente: “Quando um não quer dois não fazem”.

Mentira.

Sou forçado. Ela me estupra. Possuindo-me enquanto grito por alvedrio.

Mentira de novo. Temos um namorico.

E assim vou engordando e tragando esse tédio grotesco de carnaval. É... Você já deve ter percebido que não sou chegado nessa festa pictoricamente sensível à vermelho sangue. Desde moleque era assim. E desde aquela época me olham como olhariam para um político que tentasse “trabalhar” todos os dias da semana. “Cara, você existe? Esse carnaval vai ficar na História!”.

Com certeza.

O carnaval é uma tradição que tem seus primórdios marcados na História mundial!

Pois é, nesse país tropical abençoado por Deus, o Bolsa Família é a sofisticação do pão romano e o carnaval é nosso circo. Mas vejam só! Superamos Roma humilhantemente: não temos apenas um Coliseu, mas dois! O Marquês de Sapucaí e o Anhembi. Pena que são vulgarmente chamados de Sambódromos.

Ah! Quase esqueço.

As feras estão menos espertas, entretanto continuam desfilando com uma ferocidade nua. E claro que, literalmente, as bestas continuam nuas em público, natural, como qualquer animal que não tem a capacidade de refletir sobre o próprio raciocínio.


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